E de novo, Lisboa, te remancho,
Numa deriva de quem tudo olha
De vies :esvaido, o boi no gancho,
Ou o outro vermelho te molha.
Sangue na serradura ou na calçada,
Que mais faz se é de homem ou de boi?
O sangue é sempre uma papoila errada,
Cerceado do coração que foi.
Groselha, na esplanada, bebe a velha,
E um cartaz, da parede, nos convida
A dar o sangue. Franzo a sobrancelha :
Dizem que o sangue é vida;mas que vida?
Que fazemos, Lisboa, os dois, aqui,
Na terra onde nasceste e eu nasci?
Poema de Alexandre O’Neill
Lisboa é tão linda ! ♥
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É mesmo! ❤️❤️❤️❤️
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